julho 13, 2009

O Amor segundo Vinicius



Durante aquele longo olhar trocado na areia da praia de Ipanema, sequer imaginaram que estavam frente a frente com uma personalidade demasiadamente parecida com a sua: tímida e ironicamente encantadora. Ele com um curto sorriso guardado no canto da boca, abaixou o olhar e imaginou o que faria seu amigo, nesta ocasião.
Ela, de bochechas rosadas pensou no que fazer caso a barreira do olhar fosse rompida.
Uma bola foi o suficiente. Sem culpa alguma, surge uma bola que ao acertá-lo, arrancou-lhe ela um sorriso rosado. Longos passos, ardo caminho. Ela Dispara: Meu nome é Ana, tenho 22 anos, sou moradora do Leblon, maconha ocasional, nicotina não, meu telefone é 222584... Sutilmente ele leva seu dedo indicador à boca dela, surgindo assim um colorido silêncio desenhado em cima do barulho do mar. E diz: Com licensa, eu não sou bom com palavras, mas o que tenho a dizer é... (Pausa) Eu quero beijar sua boca.
Silêncio.
As madames com seus cachorros, os homens exibindo seus corpos malhados e as garotas fazendo exercícios ouvibndo seus I-Pod's não importavam mais. O mar, o samba e o Arpoador transformaram-se em simples coadjuvantes daquele belo momento.
Ela o pegou pela mão, andou na direção oposta ao mar.
Esperou o acalmer dos carros, atravessou a avenida sem nenhuma palavra. Nenhum contato. Apenas o sincronismo dos passos com o entrelaçar dos dedos.
Um profundo olhar, um beijo gostoso e longo. Apaixonado. Ao abrir dos olhos vê que ela já está caminhando, sozinha, em direção oa portão de seu prédio.
Percebe que o que lhe resta é somente o cheiro dela guerdado em sua mão.
Observa e leva ao seu rosto, acariciando-o lentamente com aquela mão que contém seus deliciosos resquicios e lembra que na rua Vinícius de Moraes "o amor só é bom se doer".

Pedro Gomes em Tatoo Magazine

Nenhum comentário: