outubro 13, 2010

Despedida




"Eu não sabia exatamente o que dizer então fiquei parada ali na porta enquanto ele saia sem olhar pra trás, mas mesmo de costas pra mim, eu podia sentir o olhar baixo dele, também estava triste, também estava magoado, mas não havia mais o que fazer.

A noite fora longa, conversamos bastante sobre tudo e até rimos de coisas do passado, acertamos as crises sobre as quais ainda não tínhamos falado. E terminou assim, triste e suave. Calmamente, quando ele se levantou eu já sabia que o amor se ia com ele, e quando ele abriu a porta, eu senti toda a dor que ainda não havia sentido.

Senti o calor das lágrimas se misturarem ao rubor do meu rosto que agora se distorcia no amor acabado. O choro foi inevitável, os soluços incontroláveis e eu chamei o nome dele ainda uma vez, bem baixinho, sem que ele ouvisse e pela ultima vez sussurrei “eu te amo”. Se ele por algum motivo se voltasse pra mim e olhasse nos meus olhos, seria provável que eu morresse ali mesmo, com o coração transpassado e a alma partida.

Como eu amava aquele homem. E como eu sofreria sem ele. Mas o amor é como uma delicada flor que deve ser cuidada todos os dias, regada. Deve-se lhe dar todo carinho, e cultivá-la em solo fértil. Mas quando a praga da indiferença e do desrespeito ameaçam suas raízes, deve-se saber arrancar do peito todas as ramificações do amor sem cura.

O coração sangra, a garganta ameaça explodir em gritos desesperados e os pulsos pedem a solução final. Mas para que tirar de mim a única coisa que me resta, minha própria vida?

Ele partiu a menos de uma hora e seu cheiro ainda esta neste quarto. Eu sinto o calor do ultimo abraço dele no meu corpo e as palavras que me disse ainda ecoam em meus ouvidos. É tão mais difícil aceitar quando não se brigou, quando não houveram acusações, quando o fim foi simples e se resolveu tudo numa conversa e numa noite.

Ele partiu para seguir seu caminho, talvez com outra, talvez sozinho. Eu fiquei. Fiquei perdida no vácuo de tempo e espaço que a partida dele me deixou. Ele ganhou a liberdade, e eu fiquei com a solidão."

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Um salve aos leitores do blog..
Sim, eu sei que ando looonge daqui, mas é a vida...
Bom, continuem acompanhando os escritos do BS e tambem do Metal Contra as Nuvens.. Sempre tem algo novo.

Bom, sobre o texto. Mais um, da série fantasia "Marcados a ferro e fogo na alma"...


É isso.


Paz e Força sempre!

Um comentário:

disse...

Lindo demais... muito triste, mas lindo...

Musica pra acompanhar? Pra Você Dar o Nome - Tó Brandileone
OU
João-de-Barro - Leandro Léo

bom, é isso...
adorei o texto, a img, a subjetividade... (a escritora...)