O velório de Anna foi bastante discreto. Ela estava cadavericamente linda no caixão de madeira negra como a noite, como a morte. Sua tez branca como a neve transmitia uma serenidade incomun. Era como se estivesse sorrindo aos que vinham prestar-lhe a última homenagem.
Joe estava sentado no primeiro banco, bem próximo ao caixão, quando Sam sentou-se ao seu lado, com uma expressão triste. “Sinto muito por sua perda Joe”, dizia com os olhos tristes.
Já no cemitério municipal, poucom momentos antes de baixarem o caixão à sepultura, Joe nota a aproximação de um sedan preto. O carro para a alguma distância e dele saem dois homens. Um deles, o motorista, era Fredo. O outro era Toni. Joe quase não acreditou no que via. “Canalha... Como tem coragem de aparecer por aqui? Como pôde vir ao funeral de Anna, após tê-la matado cruelmente?” pensou ele.
O FourLeaf havia se tornado uma segunda casa para Joe, após a morte de Anna. Sam permitira que ficasse ali o tempo que achasse necessário. Durante o dia, eram apenas dois amigos, mas durante a noite, tornavam-se como pai e filho, tornavam-se cúmplices enquanto Joe arquitetava sua vingança.
Sem motivos para voltar para casa, passou algumas semanas vagando solitário pela noite gélida. Parou na esquina onde houvera a briga, lembrando-se dos dentes do italiano sendo cuspidos, com um esguicho de sangue e saliva. Um sorriso de satisfação macabra surgiu no canto da boca, mas logo desapareceu.
Anna estava parada á sua frente.
Vingança, querido. Eu quero vingança. Mate aquele desgraçado. Faça com que ele sofra, como eu sofri, dizia ela.
Não podia acreditar no que estava vendo e ouvindo. Ela havia sido enterrada havia duas semanas e agora estava ali, diante dele, falando... suplicando. Elfregou os olhos duas vezes e olhou novamente. Ela sumira.
- Tenho o plano perfeito para me vingar daquele bastardo – dizia ao velho O'Neil enquanto se sentava – Ele vai sofrer muito, vai desejar nunca ter matado minha Anna.
Conforme ia expondo seu plano ao velho, Joe podeia sentir sua vingança se concretizando e sua raiva se tornava algo doce, como uma fruta madura.
Podia sentir o pescoço do italiano sendo torcido por seus dedos magros, porém fortes, enquanto uma veia saltava em sua têmporae seu rosto assumia um tom vermelho sangue.
Novamente saúdo-vos, leitores e colaboradores deste blog. Venho desta vez agradecer pelas visitas e pedir que continuem comentando.
Sem mais delongas, despeço-me. Até breve!